sexta-feira, 27 de novembro de 2015

O Sacramento do Matrimônio na prática


Curso de Preparação ao Matrimônio: A Igreja pede aos noivos que participem do curso de preparação da paróquia onde vão casar-se, que tem por objetivo ajudar os noivos a se prepararem bem para o casamento, tendo em vista a reflexão e orientações sobre vida a dois, com base em testemunhos de casais já casados. A equipe do curso normalmente é constituída de um casal coordenador, assistentes e casais animadores. São pessoas que têm experiência nas alegrias e dificuldades da vida de casado e partilham seu testemunho. A duração do curso depende da paróquia. O ideal é que seja realizado alguns meses antes da data do casamento, para que haja uma reflexão real sobre o Matrimônio.

Padrinhos: o Sacramento do Matrimônio não exige a presença de padrinhos, e sim de duas testemunhas. O Código de Direito Canônico (Cân. 1108) determina que somente é válido o Matrimônio contraído perante um ministro assistente e duas testemunhas.

Notemos bem: exatamente porque a relação entre marido e mulher cristãos é sinal/Sacramento do Amor entre Cristo e a Igreja, somente quem realmente tem uma vida cristã deveria receber o Sacramento do Matrimônio. Como é que duas pessoas que não têm uma vida de fé, uma prática verdadeiramente cristã, poderiam viver essa relação sagrada em suas vidas? Como um casal que não vivencia realmente a experiência cristã poderá viver esta realidade maravilhosa: nosso amor é sinal de um Amor maior, nosso amor tem o Selo da Graça que nos sustenta na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, como entrega amorosa entre o Cristo e sua Esposa, a Igreja? É claro que o mundo não compreenderá nunca tal realidade! O Matrimônio é mistério de fé e somente na fé pode ser acolhido, somente na oração pode ser vivido e somente na graça pode ser mantido!

terça-feira, 30 de setembro de 2014

CONCEITO DE DIREITO COMERCIAL NO SENTIDO OBJECTIVISTA E SUBJECTIVISTA


Noções
Entende-se por Direito Comercial o corpo de normas, conceitos e princípios jurídicos que, no domínio do Direito Privado, regem os factos e as relações jurídico comerciais.
Trata-se, de um ramo de Direito Privado, por isso que cuida de relações entre sujeitos colocados em pé de igualdade jurídica.
E é um ramo de Direito Privado Especial, já que estabelece uma disciplina para as relações jurídicas que se constituem no campo do comércio, a qual globalmente se afasta da que o Direito Civil, como ramo comum, estabelece para a generalidade das relações jurídicas privadas.
O Direito Comercial é o ramo de Direito Privado que, historicamente constituído e autonomizado para regular as relações dos comerciantes relativas ao seu comércio, e visando, a satisfação de necessidades peculiares a este sector da vida económica, se aplica também a outros sectores da actividade humana que se entende conveniente sujeitar à mesma disciplina jurídica.
Adopta-se um conceito normativo, jurídico-positivo: está sujeito ao regime das normas jurídico-mercantins aquilo que estas normas determinam que se inclui no seu âmbito de aplicação. A delimitação do âmbito do Direito Comercial terá, pois, de basear-se nas próprias normas jurídicas positivas, nomeadamente, nas chamadas normas qualificadoras: as que se caracterizam como comercial certa matéria, dizendo que pessoas são comerciantes e que negócios são comerciais.
O Direito Comercial é enformado por uma concepção essencial de liberdade de iniciativa, liberdade de concorrência, mobilidade de pessoas e mercadorias, objecto legitimo de lucro, internacionalismo das relações económicas.

2.     Delimitações do objecto e âmbito do Direito Comercial
A primeira concepção que surgiu foi a concepção subjectivista, segundo ela, o Direito Comercial é o conjunto de normas que regem os actos ou actividades dos comerciantes relativos ao seu comércio.
Por seu turno, para a concepção objectivista, o Direito Comercial é o ramo de Direito que rege os actos de comércio, sejam ou não comerciantes as pessoas que os pratiquem.
Não há sistemas puros: em ambos existem actos de comércio objectivos e regras próprias da profissão de comerciante. E, deste modo, pode-se dizer que, na essência, a diferença entre as duas concepções se resume a isto: no sistema subjectivista, só são comerciantes os actos praticados por comerciantes e no exercício do seu comércio, pelo que não se admitem actos comerciais isolados ou avulso, mormente de não comerciantes; já no sistema objectivista, uma vez que assenta nos actos de comércio, independentemente de quem os pratica, são também como tais considerados os actos ocasionais, mesmo que não praticados por comerciantes ou alheios à actividade profissional de um comerciante, desde que pertençam a um dos tipos de actos regulados na lei comercial.

3.     Interpretação e integração de lacunas
O preceito fulcral para a análise desta questão é o art. 3º CCom, em cujos termos: “se as questões sobre direitos e obrigações comerciais não puderem ser resolvidas, nem pelo texto da lei comercial, nem pelo seu espírito, nem pelos casos análogos nela prevenidos, serão decididas pelo Direito Civil”.
Em questões de interpretação da lei comercial, o Código Comercial remete-se para o art. 9º CC.
Em relação à integração de lacunas à uma disposição especial no Código Comercial (art. 3º), em que, recorre-se às forças internas do Direito Comercial e depois às forças externas, aplicando-se as normas de Direito Civil.
As normas de Direito Comercial formam um corpo autónomo, o que torna admissível a sua aplicação analógica dentro do campo do próprio direito mercantil, e que não sucederia se fosse normas excepcionais (art. 11º CC).
O art. 3º CCom, permite o recurso às normas de Direito Civil para preencher lacunas do Direito Comercial. Trata-se da concretização da ideia de que o Direito Civil é direito subsidiário em relação ao Direito Comercial.
O procedimento correcto a adoptar para definir o regime de uma relação jurídica de Direito Comercial será o seguinte:
No primeiro momento, há que definir se tal relação jurídica é ou não comercial, objectiva e subjectivamente. Para tal recorre-se às chamadas normas delimitadoras do âmbito de aplicação do Direito Comercial – arts. 2º, 230º, 266º, 481º, etc., CCom. Como é óbvio, se a relação jurídica não for comercial, será civil.
Num segundo momento assente que um dado acto ou relação jurídica é comercial, há que definir-lhe o regime. Poderão então surgir questões de interpretação e de integração de lacunas da regulamentação comercial, as quais serão deslindadas pelo art. 3º CCom.





4.     Fontes de Direito Comercial.
a)     A Lei
A fonte primordial do Direito Comercial é a lei, entendida no seu sentido mais amplo, isto é, abrangendo a lei constitucional, a lei ordinária e também as normas regulamentares.
b)     Os usos e costumes
O art. 3º CCom, não se refere aos usos e costumes entre as fontes do direito mercantil.
Quanto aos costumes, o Direito Comercial não os acolhe como fonte de direito, aliás à semelhança do que sucede com o Direito Civil (art. 3º CC). Assim a sua consagração como regras vinculativas, por via jurisprudêncial, não é entre nós admissível na medida em que ela contraria os comandos legais acerca das fontes de direito. Para o costume ter relevância:
-         Que exista uma lei expressa que determine a sua aplicação;
-         Mesmo que haja, esses usos e costumes não podem contrariar o princípio da boa fé.
c)      Doutrina
As opiniões dos jurisconsultos poderão ser havidas como fonte de direito na medida em que sejam tidas em conta pelos Tribunais e pelos sujeitos de direito, mormente como reveladoras de princípios gerais, com vista à integração de lacunas na lei.
d)     Jurisprudência
Caracteriza-se na influência jus-criativa das correntes jurisprudenciais que se vão uniformizando ou prevalecendo.
e)     Fontes internacionais
São várias as convenções existentes que são recebidas no nosso direito desde que sejam satisfeitos os requisitos no art. 8º CRP:
-         Convenções sobre as leis uniformes sobre letras, livranças e cheques;
-         Convenção da união de Paris sobre a propriedade industrial;
-         Tratado de Adesão às Comunidades Europeias;
-         Decisões dos Tribunais Internacionais.

INTRODUÇÃO AO DIREITO COMERCIAL (ANGOLANO)





1.    HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DO DIREITO DE EMPRESAS

O conceito de sociedade ou empresas é muito recente no Direito privado. Na prática data do século XIX. Todavia não foi de modo algum e nessa altura, criado ex nihilo, do nada pois que antes surgiu como ponto de chegada de toda uma complexa e milenaria evolução anterior.
Sem se pretender uma exaustiva reconstituição histórica, podemos considerar que as sociedades actuais surgiram no ponto de encontro de três poderosos institutos:

- do contrato romano de sociedade ou societas;
- da personalidade colectiva;
- das companhias coloniais dos séculos XVII e XVII.

A parte de cada um dos três factores na colaboração do pensamento jurídico – cientifico é variável pois que parece claro que a societas deixou a sua marca no contrato civil de sociedade e, daí, nas sociedades civis puras, enquanto a orgânica das companhias coloniais foi determinante para as sociedades anónimas.
A societas é ius romanum, com tudo o que isso implica. A sua recepção, ao longo dos tempos, foi-lhe actualizando o perfil mas sempre não deixando de longe as suas marcas de origem. A personalidade colectiva revela-se, no fundamental, como uma conquista jurídico – cientificas do racionalismo correspondendo a um nível de abstracção superior e tem diversas consequências técnicas de relevo. Finalmente as companhias colonias operaram como o grande banco de ensaio que permitiu, ao Ocidente, alcançar uma técnica jurídico – social de congregar grandes capitais, a partir do esforço dos particulares e organizando, para tanto, uma estrutura funcional e produtiva.
Um dos antecedentes das actuais sociedades ou empresas são os contratos de sociedade romano ou mais directamente o contrato das societas.
A societas conheceu, na antiguidade, uma evolução movimentada. Figuras paralelas eram conhecidas no Oriente e na Grécia. Em Roma, a sua origem tem sido colocada em determinados agrupamentos naturais na compropriedade e no consórcio entre irmãos co – herdeiros.
            O grande progresso deu-se com o QUINTUS MUCIUS SCAEVOLA, a quem se devem os bonae fidei iudicia, podendo concluir –se com o peregrini, sob tutela de acções menos formais: era a dogmática dos juízos de boa-fé. O desenvolvimento da societas acompanhou a expansão de Roma, ainda que sem um aprofundamento cientifico generalizador. A própria noção, com o conteúdo, ressentir-se-ia, vindo a evoluir. Alguns fenómenos de associação – como o das sociedades de publicanos – fizeram, mesmo, a sua aparição. No entanto e à míngua de uma dogmática própria, eles não tiveram sequências científicas. Com os bizantinos, foi isolada o animus societas contrahendae, no que postula um passo decisivo na elaboração conceitual. Esta temática suscitou um grande interesse para os juristas do princípio do século XX. A conexão das actuais sociedades fez-se coma as experiencias medievais e não, de modo directo coma as romanas. Não era, aliás, função da societas o criar um ente novo, diferente dos contraentes nem sobretudo, providenciar complexas organizações, onde seriam congregados os esforços ou os capitais de centenas ou milhares de pessoas. A societas era um contrato que traduzia uma relação de cooperação, entre duas ou mais pessoas.
Com o evoluir das situações e o passar dos tempos surge a ideia das personalidades colectivas e o seu desenvolvimento através da história nos textos romanos sendo necessário, para tanto, a incidência de um pensamento científico ordenado ou daquilo a que se veio a designar como pensamento sistemático. Os canonistas foram os percursores desta corrente e recuperaram e alargaram a instrumentação deixada pelos jurisprudentes romanos tendo alcançado um conceito geral com o SINIBALDO DEI FIESCHI (INOCÊNCIO IV) apontado que o sujeito de direitos não é a pessoa natural, mas sim a pessoa fictícia.[1]
Os glosadores moveram –se sobre textos romanos onde a personalidade colectiva era patente.  Os glosadores apesar de não terem concebido a personalidade jurídica o seu contributivo foi decisivo na evolução subsequente pois que a sua ligação ao canonismo permitiu recuperar a ideia de ficção para o Direito romanos. Esta linha foi recebida pelos comentaristas.
 Depois dos glosadores os comentaristas também desenvolveram o tema sobre a personalidade com BARTOLO a cabeça tendo chegado que a pessoa colectiva era uma ficção tendo chegado a época dos juristas humanistas de que as pessoas colectivas eram pessoas fictícias e como corpos e comunidades criadas por lei podem, tal como as pessoas, alienar, adquirir, possuir bens. Litigar, contratar, obrigar-se e obrigar os outros para com eles. Estes corpos são seres intelectuais, diferentes e distintos de todas as pessoas que os compõem.
Portanto a personalidade colectiva, entendida no sentido mais abstracto e como categoria geral e inserida no topo das introduções jurídicas, foi obra do racionalismo ou da segunda sistemática e que deu azo ao surgimento da classificação de pessoas singulares e pessoas colectivas.
Como terceiro factor dos surgimentos das empresas foram as companhias coloniais e que são os antecedentes das sociedades anónimas e as companhias coloniais.
Os estudiosos indicam como a mais antiga experiencia no domínio das sociedades anónimas o Banco de S. Jorge, em Génova que operou entre 1407 e 1805. Esta sociedade teve antecedentes significativos embora não se tratasse de uma verdadeira sociedade anónima com o sentido actual ma tinha como característica a multiplicidade de participantes e a limitação de sua responsabilidade.
Na evolução subsequente surgiram as East India Company, fundada em 1600 seguindo –lhe a Companhia Holandesa das Índias Orientais instituída a 20 de Março de 1602 tendo sobrevivido até 1795 tendo se seguido outras companhias com características semelhantes ou com alguns traços específicos das sociedades anónimas.
Ma se os esquemas do poder são os que, mais directamente, prendem a atenção, não é possível esquecer o quotidiano do comércio societário onde há a necessidade de se jogar com a regras técnicas que, embora menos visíveis têm importância decisiva no moldar de uma cultura jurídica com os estatutos das sociedades a delimitarem as competências e atribuições dos entes societários. De todo o modo, neste particular, tem se realçado a experiência dos ingleses, holandeses e franceses, todas importantes para o futuro das sociedades anónimas: a experiência inglesa assentou na iniciativa particular; a holandesa visou acabar com a concorrência que existira nos Países Baixos, antes das companhias de 1602; a francesa derivou de iniciativas do Estado onde se realça que todas estas experiências basearam-se no facto de que o rei é quem outorgava a existência das sociedades, das empresas.
No século XVIII, sucederam-se as tentativas de lançar sociedades de capitais desligadas do Estado e dos seus privilégios e chegou-se, mesmo, a falar na sua democratização. Tais tentativas foram, porém minadas por vários escândalos financeiros de que o Banco de Law foi o mais conhecido exemplo. Os tempos foram passando e vários códigos foram elaborados depois da democratização tanto politica como económica da sociedade e em Portugal surgiu o código de Ferreira Borges em 1833 e que depois de uma sincronia com o Código civil deu azo ao Código de Veiga Beirão e a Lei de 11 de Abril de 1901 que densificou todas as matérias relacionadas com as sociedades comerciais tanto no que tange aos seus elementos constitutivos quanto aos órgãos e elementos de regulação funcional
2.    FONTES DO DIREITO DE EMPRESAS
As fontes das empresas, ou seja, a origem das empresas vêm versadas nos seguintes instrumentos.
·         A Constituição angolana;
  • As leis;
  • Actos do poder Executivo como os Decreto-lei, Despachos Presidenciais que passou a se chamar medida provisória);
  • Os contratos (acordo bilateral entre partes);
  • Os usos e costumes;
  • A analogia e os princípios gerais do direito


[1] Direito das Sociedades. I Parte Geral. 3ª edição. Ampliada e actualizada. Pág. 57

POR_PAULO ANTÓNIO DOCENTE DA ESPM-ESCOLA SUPERIOR POLITÉCNICA DE MENONGUE

PRINCÍPAIS RIOS DE ANGOLA


RIO KWANZA
O Rio Kwanza é o maior rio exclusivamente angolano.
O rio Kwanza nasce em Mumbué, município do Chitembo, Bié, no Planalto Central de Angola. O seu curso de 960 km desenha uma grande curva para Norte e para Oeste, antes de desaguar no Oceano Atlântico, na Barra do Kwanza, a sul de Luanda. Com uma bacia hidrográfica de 152.570 km², o Kwanza é navegável por 258 km desde a foz até ao Dondo. As barragens de Cambambe e de Capanda produzem grande parte da energia eléctrica consumida em Luanda. As barragens também fornecem água para irrigação de plantações de cana-de-açúcar e outras culturas no vale do Kwanza.
É no maior afluente do Kwanza, o rio Lucala, que se encontram as grandes Quedas de Kalandula . Junto da foz do rio fica o Parque Nacional da Quiçama. O rio Kwanza foi o berço do antigo Reino do Ndongo, tendo também sido uma das vias de penetração dos portugueses em Angola no século XVI. O rio dá o seu nome a duas províncias de Angola — Kwanza Norte, na sua margem norte, e Kwanza Sul, na margem oposta — bem como, desde 1977, à unidade monetária nacional, o kwanza.

RIO CUNENE
O Cunene é um rio de Angola que traça parte da fronteira com a Namíbia. O rio Cunene nasce nas Boas Águas, Huambo, no Planalto Central de Angola, correndo para Sul até atingir asquedas do Ruacaná, a partir de onde inflecte para Oeste até à sua foz no Oceano Atlântico.
O curso do Cunene é de cerca de 1.200 km, dos quais 960 km exclusivamente em Angola. A bacia hidrográfica do rio Cunene é de 272.000 km², dos quais 150.800 km² em território angolano. O Cunene é um dos poucos rios permanentes nesta região árida. O seu caudal anual médio é de 174 m³/s na foz.1 AsQuedas do Monte Negro (Epupa) situam-se neste rio.O rio Cunene é partilhado pelos povos Nhaneca-Humbe e Hererós

RIO CASSAI
O rio Cassai ou rio Kasai é um rio de Angola e da República Democrática do Congo, um dos grandes rios da África Central e um dos maiores afluentes do rio Congo.A sua bacia hidrográfica fica por pouco aquém de 1 milhão de quilómetros quadrados, sendo a 32.ª maior do mundo. Desagua no Congo 170 km a norte de Kinshasa.
O Cassai nasce em Angola, no Alto Chicapa, Lunda Sul, dirige-se para norte, e serve de fronteira entre Angola e a República Democrática do Congo. No território deste, alcança a sua grande importância, tornando-se um rio largo muito utilizado para transporte. Junta-se ao rio Congo perto de Kwamouth (3°10′31″S, 16°11′59″E), sendo conhecida a pequena parte entre a foz do seu afluente Fimi até ao Congo como Rio Kwa. Nas margens do Cassai encontra-se a selva equatorial africana, extraordinariamente rica em biodiversidade. Só há nas suas margens duas grandes cidades com mais de 100 mil habitantes: Kananga e Mbuyi-Mayi. O rio Cassai e os os seus tributários constituíram a rede de comunicações fundamental ao nascimento e expansão dos antigos impérios Lunda e Lunda-Quioco.

RIO CUANGO
O Cuango (ou Kwango) é um rio de Angola e da República Democrática do Congo.O Cuango nasce nas terras altas do Alto Chicapa, na província angolana da Lunda Sul, e corre na direcção Sul-Norte-Noroeste servindo de fronteira com a República Democrática do Congo, acabando por entrar neste país, juntando-se ao rio Cassai, próximo da cidade de Bandunu, antes de desaguar no rio Congo. O rio tem cerca de 1100 km de extensão, dos quais 855 km em Angola.O antigos reinos de Cassange e da Matamba situavam-se na bacia do Cuango.


RIO ZAMBEZE

Com um total de 2.750 km de comprimento, o Zambeze nasce na Zâmbia, a 30 km da fronteira com Angola. Entra em território angolano no Cazombo e sai a sul do Lumbala-Caquengue, sempre no município do Alto Zambeze, província do Moxico. A sua importância em Angola é devida principalmente à extensa bacia hidrográfica de 150 800 km² apenas em território angolano. Todos os rios no quadrante sudeste de Angola são afluentes do Zambeze. O rio, depois, estabelece a fronteira entre a Zâmbia e o Zimbabwe e atravessa Moçambique de oeste para leste, para desaguar no Oceano Índico num enorme delta. A parte mais espetacular do seu curso são as Cataratas Vitória, as maiores do mundo, com 1708 m de extensão e uma queda de 99m. Este monumento natural foi inscrito pela UNESCO em 1989 na lista dos locais que são Património da Humanidade. O Zambeze tem ainda outras quedas de água importantes, entre as quais as Cataratas Chavuma, próximas dafronteira Angola-Zâmbia e as Ngonye Falls, perto de Sioma, na região ocidental da Zâmbia.

RIO CUBANGO
O rio Cubango (ou Okavango), é um rio da África austral que faz a fronteira natural entre Angola e a Namíbia, país onde dá nome a uma das suas regiões. Nasce nos planaltos do interior angolano e corre em direção a sudeste, atravessando a faixa de Caprivi (na Namíbia) para chegar ao maior delta interior do mundo, em Botswana, num pântano com grande interesse ecoturístico, onde se dispersa no deserto do Kalahari, próximo ao pântanos temporários de Makgadikgadi. O delta em si cobre uma superfície entre 15000 km² e 22000 km² durante as cheias, encontra-se ao norte do país, na região de Ngamiland, com capital em Maun, a 942 m de altitude.
No delta do Cubango existe a única população de leões nadadores, que se veem forçados a entrar na água, que durante as enchentes chegam a cobrir o 70% de seu território, para caçar antílopes e impalas.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

TUDO SOBRE PRIMEIRA E SEGUNDA GUERRA MUNDIAL


CAPITULO Iº - A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

Áustria-Hungria precipitou a crise bósnia de 1908-1909 por anexar oficialmente o antigo território otomano da Bósnia e Herzegovina, que ocupava desde 1878. Isto irritou o Reino da Sérvia e seu patrono, o pan-eslavo e ortodoxo Império Russo. A manobra política russa na região desestabilizou os acordos de paz, que já estavam enfraquecidos, no que ficou conhecido como "o barril de pólvora da Europa".
Em 1912 e 1913, a Primeira Guerra Balcânica foi travada entre a Liga Balcânica e o fragmentado Império Otomano. O Tratado de Londres resultante ainda encolheu o Império Otomano, com a criação de um Estado independente albanês, enquanto ampliou as explorações territoriais da BulgáriaSérviaMontenegro e Grécia. Quando a Bulgária atacou a Sérvia e a Grécia em 16 de junho de 1913, ela perdeu a maior parte da Macedônia à Sérvia e Grécia e Dobruja do Sul para a Romênia durante a Segunda Guerra Balcânica, desestabilizando ainda mais a região.


1.1-CRISE DE JULHO

Em 28 de junho de 1914, Gavrilo Princip, um estudante sérvio-bósnio e membro da Jovem Bósnia, assassinou o herdeiro do trono Austro-Húngaro, o arquiduque Francisco Fernando da Áustria, em Sarajevo, na Bósnia. Isto iniciou um mês de manobras diplomáticas entre Áustria-Hungria, Alemanha, Rússia, França e Reino Unido, no que ficou conhecido como a Crise de Julho.

Querendo finalmente acabar com a interferência Sérvia na Bósnia — a Mão Negra tinha fornecido bombas e pistolas, treinamento e ajuda a Princip e seu grupo para atravessar a fronteira e os austríacos estavam corretos para acreditar que os oficiais e funcionários sérvios estavam envolvidos — a Áustria-Hungria entregou o Ultimato de Julho para a Sérvia, uma série de dez reivindicações criadas, intencionalmente, para serem inaceitáveis, com a intenção de provocar uma guerra com a Sérvia.
Quando a Sérvia concordou com apenas oito das dez reivindicações, a Áustria-Hungria declarou guerra ao país em 28 julho de 1914. Hew Strachan argumenta que se uma resposta equivocada e precipitada da Sérvia teria feito alguma diferença para o comportamento da Áustria-Hungria é algo duvidoso. Francisco Fernando não era o tipo de personalidade que comandava a popularidade e sua morte não lançou o império em profundo luto.
O Império Russo, disposto a permitir que a Áustria-Hungria eliminasse a sua influência nos Balcãs e em apoio aos seus sérvios protegidos de longa data, ordenou uma mobilização parcial um dia depois. O Império Alemão mobilizou-se em 30 de julho de 1914, pronto para aplicar o "Plano Schlieffen", que planejava uma invasão rápida e massiva à França para eliminar o exército francês e, em seguida, virar a leste contra a Rússia. O gabinete francês resistiu à pressão militar para iniciar a mobilização imediata e ordenou que suas tropas recuassem 10 km da fronteira, para evitar qualquer incidente. A França só se mobilizou na noite de 2 de agosto, quando a Alemanha invadiu a Bélgica e atacou tropas francesas.
O Império Alemão declarou guerra à Rússia no mesmo dia. O Reino Unido declarou guerra à Alemanha em 4 de agosto de 1914, após uma resposta insatisfatória para o ultimato britânico de que a Bélgica deveria ser mantida neutra.


1.2 - DECLARAÇÕES DE GUERRA

Após o assassinato do arquiduque Francisco Fernando em 28 de junho, o Império Austro-Húngaro esperou três semanas antes de decidir tomar um curso de ação. Essa espera foi devida ao fato de que grande parte do efetivo militar estava a ajudar a colheita, o que impossibilitava a ação militar naquele período. Em 23 de julho, graças ao apoio incondicional alemão (carta branca) ao Império Austro-Húngaro se a guerra eclodisse, o Ultimato de julho foi mandado à Sérvia, e que continha várias requisições, entre elas a que agentes austríacos fariam parte das investigações, e que a Sérvia seria a culpada pelo atentado. O governo sérvio aceitou todos os termos do ultimato, com exceção da participação de agentes austríacos, o que na opinião sérvia constituía uma violação de sua soberania.

Por causa desse termo, rejeitado em resposta sérvia em 26 de julho, o Império Austro-Húngaro cortou todas as relações diplomáticas com o país e declarou guerra ao mesmo em 28 de Julho, começando o bombardeio a Belgrado (capital sérvia) em 29 de julho. No dia seguinte, o Império Russo, que sempre tinha sido aliado da Sérvia, deu a ordem de locomoção a suas tropas.
O Império Alemão, que tinha garantido apoio ao Império Austro-Húngaro no caso de uma eventual guerra mandaram um ultimato ao governo do Império Russo para parar a mobilização de tropas dentro de 12 horas, no dia 31. No primeiro dia de agosto o ultimato tinha expirado sem qualquer reação russa. A Alemanha então declarou-lhe guerra. Em 2 de agosto, a Alemanha ocupou Luxemburgo, como o passo inicial da invasão à Bélgica e do Plano Schlieffen (estratégia de defesa alemã que previa a invasão da FrançaInglaterra e Rússia). A Alemanha tinha enviado outro ultimato, desta vez à Bélgica, requisitando a livre passagem do exército alemão rumo à França. Como tal pedido foi recusado, foi declarada guerra à Bélgica.

Em 3 de agosto, a Alemanha declarou guerra à França, e no dia seguinte invadiu a Bélgica. Tal ato, violando a soberania belga - que Grã-Bretanha, França e a própria Alemanha estavam comprometidos a garantir fez com que o Império Britânico saísse da sua posição neutra e declarasse guerra à Alemanha em 4 de Agosto.

1.3 - CRIAÇÃO DAS ALIANÇAS

Os países europeus começaram a fazer alianças políticas e militares desde o final do século XIX. Durante o conflito mundial estas alianças permaneceram. De um lado havia a Tríplice Aliança formada em 1882 por Itália, Império Austro-Húngaro e Alemanha (a Itália passou para a outra aliança em 1915). Do outro lado a Tríplice Entente, formada em 1907, com a participação de França, Rússia e Reino Unido.
De acordo com o planeamento militar da Tríplice Aliança, essa primeira conquista era de fundamental importância para que seus exércitos tivessem maior força contra os russos. Inicialmente, os alemães conseguiram invadir o território francês e colocar suas tropas nas ruas da cidade de Paris. Na porção oeste, o ataque russo dispersou as tropas alemãs. Logo em seguida, a entrada da Inglaterra no conflito salvou a França de uma rendição com a vitória na Batalha do Marne. 

            A deflagração de tais resultados no conflito deu fim à guerra de movimento e trouxe maior equilíbrio nas batalhas seguintes. A partir de 1915, a guerra entrou em uma nova fase chamada “guerra de posições” ou “guerra de trincheiras”. O avanço militar dos dois lados era limitado e cada vitória era obtida a enormes custos financeiros e humanos. Exércitos inteiros se enfrentavam em trincheiras cheias de arame farpado e lama, onde a propensão a epidemias e as baixas temperaturas promoviam sua própria carnificina. 

          Somente a partir de 1917 que esse quadro indefinido da Primeira Guerra ganhou novos contornos. O uso de tanques e aviões possibilitou o fim da estagnação que marcou o período das trincheiras. Entretanto, duas outras modificações políticas tiveram ainda maior importância nos destinos do conflito: a saída da Rússia (que enfrentava o início de sua revolução socialista); e a entrada dos Estados Unidos (que forneceram mais de um milhão de soldados à Tríplice Entente). 

           O fôlego dado aos países aliados foi suficientemente capaz de derrubar as nações da Tríplice Aliança e deixar os alemães sem condições mínimas de reação. Na França, as tropas aliadas conseguiram expulsar os alemães com uma vitória nos campos de batalha próximos ao rio Marne. Logo em seguida, as forças italianas (que passaram para a Entente em 1915) bateram os austríacos e a Inglaterra subjugou os inimigos turco-otomanos. 

1.4- FASES DA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

         A primeira guerra mundial foi caracterizada por uso de diversas artilharias, bem como determinadas posições, o que levou de certa forma dividir a guerra em etapas ou fases, agora no que a está guerra se refere houveram duas fases, abaixo descritas:
·         Guerra de Movimentos;
·         Guerra de Trincheiras;

1.4.1- GUERRA DE MOVIMENTOS

Está fase corresponde o período que vai de o inicio da primeira grande guerra mundial até finais de 1914  – Os alemães começaram a luta com um ataque à Bélgica, neutra, marchando depois rumo a Paris. O plano francês era invadir Alsácia e Lorena e proteger a fronteira belga; os alemães atacaram Liège.
Na batalha do Marne os alemães foram derrotados pelo general Joffre, obrigando-os a retroceder para Leste, depois de perderem milhares de soldados e armamentos. Essa batalha salvou momentaneamente a França. Mas os alemães, não podendo levar avante a investida inicial, firmaram-se no Nordeste da França, abrindo trincheiras, como o fizeram também os franceses, os ingleses e os belgas. 



1.4.2- GUERRA DE TRINCHEIRAS


            De 1915-1917, abriram-se trincheiras em toda a frente ocidental. O armamento e o aparelhamento aéreo despertaram um novo surto industrial acelerado. Novas armas apareceram. Em 1916, os alemães atacaram Verdun, defendida pelo general Pétain. Foi um insucesso dos alemães. Morreram cerca de 600 mil homens. Na batalha naval da Jutlândia, os ingleses foram os vencedores. 
            Refira que em alguns casos nos depararemos com uma classificação um pouco diferente da que apresentamos neste trabalho, ou seja, é também classificada a primeira guerra em três fases: guerra de movimento, guerra de trincheiras e o retorno da guerra de movimentos, esta última que corresponde ao período que vai desde final de 1917 até 1918, ano em que está guerra viria a terminar.

1.5- FIM DA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

A partir de 1917, a situação começou a alterar-se, quer com a entrada em cena de novos meios, como o carro de combate e aviação militar, quer com a chegada ao teatro de operações europeu das forças estadunidenses ou a substituição de comandantes por outros com nova visão da guerra e das tácticas e estratégias mais adequadas; lançam-se, de um lado e de outro, grandes ofensivas, que causam profundas alterações no desenho da frente, acabando por colocar as tropas alemãs na defensiva e levando por fim à sua derrota.
É verdade que a Alemanha adquire ainda algum fôlego quando a revolução estala no Império Russo e o governo bolchevista, chefiado por Lênine, prontamente assina a paz sem condições, (Tratado de Brest-Litovski) assim anulando a frente leste, mas essa circunstância não será suficiente para evitar a derrota. O armistício que pôs fim à guerra foi assinado a 11 de novembro de 1918.

1.6- CONSEQUÊNCIAS DA GUERRA

Nenhuma outra guerra mudou o mapa da Europa de forma tão dramática. Quatro impérios desapareceram após o fim do conflito: oAlemão, o Austro-Húngaro, o Otomano e o Russo. Quatro dinastias, juntamente com as aristocracias que as apoiavam, caíram após a guerra: os Hohenzollern, os Habsburgos, osRomanov e os Otomanos.
Países como a Bélgica e a Sérvia passaram por destruições severas, assim como a França, que perdeu 1,4 milhão de soldados, sem contar as vítimas civis. A Alemanha e Rússia foram igualmente afetadas.
A guerra teve consequências econômicas profundas. Dos 60 milhões de soldados europeus que foram mobilizados entre os anos de 1914 e 1918, 8 milhões foram mortos, 7 milhões foram incapacitados de maneira permanente e 15 milhões ficaram gravemente feridos. A Alemanha perdeu 15,1% de sua população masculina ativa, a Áustria-Hungria perdeu 17,1% e a França perdeu 10,5%.
Na Alemanha, as mortes de civis foram 474 mil superiores do que em tempo de paz, em grande parte devido à escassez de alimentos e desnutrição que enfraqueceu a resistência à doenças. Até o final da guerra, a fome matou cerca de 100 mil pessoas no Líbano. As estimativas mais confiáveis sobre o número de vítimas da fome russa de 1921, apontam a morte de entre 5 e 10 milhões de pessoas.

Por volta de 1922, havia entre 4,5 milhões e 7 milhões de crianças de rua na Rússia, como resultado de quase uma década de devastações causadas pela Primeira Guerra Mundial, pela Guerra Civil Russa e pela crise de fome subsequente, entre 1920 e 1922. Muitos russos anti-soviéticos fugiram do país após a Revolução Russa de 1917; na década 1930, a cidade chinesa de Harbin, no norte do país, recebeu 100 mil russos.35 Outros milhares emigraram para a FrançaReino Unido e Estados Unidos

1.7- TRATADO DE VERSALHES

Após a guerra, a Conferência de Paz de Paris, em 1919, impôs uma série de tratados de paz às Potências Centrais, terminando oficialmente com a guerra. O Tratado de Versalhes de 1919 lidou com a Alemanha e, com base nos Quatorze Pontos do então presidente estadunidense, Woodrow Wilson, trouxe à existência a Liga das Nações em 28 de junho de 1919.

O Tratado de Versalhes (1919) foi um tratado de paz assinado pelas potências europeias que encerrou oficialmente a Primeira Guerra Mundial. Após seis meses de negociações, em Paris, o tratado foi assinado como uma continuação do armistício de Novembro de 1918, em Compiègne, que tinha posto um fim aos confrontos.1 O principal ponto do tratado determinava que aAlemanha aceitasse todas as responsabilidades por causar a guerra e que, sob os termos dos artigos 231-247, fizesse reparações a um certo número de nações da Tríplice Entente.
Os termos impostos à Alemanha incluíam a perda de uma parte de seu território para um número de nações fronteiriças, de todas as colônias sobre os oceanos e sobre o continente africano, uma restrição ao tamanho do exército e uma indenização pelos prejuízos causados durante a guerra. A República de Weimar também aceitou reconhecer a independência da Áustria. O ministro alemão do exterior, Hermann Müller, assinou o tratado em 28 de Junho de 1919.1 O tratado foi ratificado pela Liga das Nações em 10 de Janeiro de 1920. Na Alemanha o tratado causou choque e humilhação na população, o que contribuiu para a queda da República de Weimar em 1933 e a ascensão do Nazismo.

No tratado foi criada uma comissão para determinar a dimensão precisa das reparações que a Alemanha tinha de pagar. Em1921, este valor foi oficialmente fixado em 33 milhões de dólares. Os encargos a comportar com este pagamento são frequentemente citados como a principal causa do fim da República de Weimar e a subida ao poder de Adolf Hitler, o que inevitavelmente levou à eclosão da Segunda Guerra Mundial apenas 20 anos depois da assinatura do Tratado de Versalhes.



CAPITULO IIº- SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

              A segunda guerra mundial é o segundo conflito global, que durou de 1939 a 1945, envolvendo a maioria das nações do mundo, incluindo as grandes potencias, organizados em duas alianças militares opostas: os Aliados e o Eixo.
Foi a guerra mais abrangente da história, com mais de 100 milhões de militares mobilizados. Em esta de guerra total, os principais envolvidos dedicaram toda sua capacidade económica, industrial e cientifica a serviço dos esforços de guerra, deixando de lado a distinção entre civis e militares.
            Marcado por números significantes de ataques contra civis, incluindo o Holocausto e a única vez em que armas nucleares foram utilizadas em combate, foi o conflito mais letal da história da humanidade, resultando entre 50 a mais de 70 milhões de mortes.

Considera-se o ponto inicial da guerra como sendo a invasão da Alemanha contra a Polonia, em 1 de Setembro de 1939 e subsequentes declarações de guerra contra a Alemanha pela França pela França e pela maioria dos países do Imperio Britânico. Alguns países já estavam em guerra nesta época, como Etiópia e o Reino de Italia na segunda guerra. Muitos dos que não se envolveram inicialmente acabaram aderindo ao conflito em resposta a eventos como a invasão da União Soviética pelos alemães e os ataques japoneses contra as forças dos Estados Unidos.

2.1 ANTECEDENTES

O Império Alemão foi dissolvido durante a Revolução Alemã de 1918-1919 e um governo democrático, mais tarde conhecido comoRepública de Weimar, foi criado. O período entre-guerras foi marcado pelo conflito entre os partidários da nova república e de opositores radicais, tanto de direita quanto de esquerda.
Embora a Itália como aliado Entente tenha feito alguns ganhos territoriais, os nacionalistas do país ficaram irritados com as promessas feitas pelo Reino Unido e França para garantir a entrada italiana na guerra, que não foram cumpridas com o acordo de paz.

De 1922 a 1925, o movimento fascista, liderado por Benito Mussolini, tomou o poder na Itália com uma agenda nacionalista, totalitária e de colaboração de classes, que aboliu a democracia representativa, reprimiu os socialistas, a esquerda e as forças liberais, e seguiu uma política externa agressiva destinada a forjar, através da força, o país como uma potência mundial — um Novo Império Romano.

Adolf Hitler, depois de uma tentativa fracassada de derrubar o governo alemão em 1923, tornou-se o chanceler da Alemanha em 1933. Ele aboliu a democracia, defendendo uma revisão radical e racista da ordem mundial, e logo começou uma campanha de rearmamento massivo do país. Enquanto isso, a França, para assegurar a sua aliança, permitiu que a Itália agisse livremente na Etiópia, país que o governo italiano desejava como uma posse colonial. A situação se agravou no início de 1935, quando o Território da Bacia do Sarre foi legalmente anexado à Alemanha e Hitler repudiou o Tratado de Versalhes, acelerando seu programa de rearmamento e recrutamento. 

Na Alemanha, o partido nazista, liderado por Adolf Hitler, procurou estabelecer um Estado nazista no país. Com o início da Grande Depressão, o apoio doméstico aos nazistas fortaleceu-se e, em 1933, Hitler foi nomeado chanceler da Alemanha. Após o incêndio no Palácio do Reichstag, Hitler conseguiu criar um governo unipartidário e totalitário liderado pelos nazistas.

2.1- GLOBALIZAÇÃO DA GUERRA

Em 22 de junho de 1941, a Alemanha, juntamente com outros membros europeus do Eixo e a Finlândia, invadiu a União Soviética na chamada Operação Barbarossa. Os principais alvos dessa ofensiva surpresa foram a região do Mar Báltico, Moscou eUcrânia, com o objetivo final de acabar com a campanha de 1941 perto da linha de Arkhangelsk-Astrakhan (linha A-A), que ligava os mares Cáspio e Branco. O objetivo de Hitler era eliminar a União Soviética como uma potência militar, exterminar ocomunismo, gerar o Lebensraum ("espaço vital") através da remoção da população nativa117 e garantir o acesso aos recursos estratégicos necessários para derrotar os rivais restantes da Alemanha.
Embora o Exército Vermelho estivesse se preparando para contra-ofensivas estratégicas antes da guerra, a Barbarossa forçou o comando supremo soviético a adotar uma defesa estratégica. Durante o verão, o Eixo conquistou partes significativas do território soviético, causando imensos prejuízos, tanto material quanto em vidas.
 Em meados de agosto, no entanto, o Alto Comando do Exército alemão decidiu suspender a ofensiva de um já consideravelmente empobrecido Grupo de Exércitos Centro e desviar o 2.º Exército Panzer para reforçar as tropas que avançavam em direção à região central da Ucrânia e à Leningrado. A ofensiva de Kiev teve um sucesso esmagador, resultando no cerco e na eliminação de quatro exércitos soviéticos, além de tornar possível o avanço na Crimeia e no industrialmente desenvolvido leste da Ucrânia (Primeira Batalha de Carcóvia).
O desvio de três quartos das tropas do Eixo e da maioria dos suas forças aéreas da França e do Mediterrâneo central para a Frente Oriental levou o Reino Unido a reconsiderar a sua grande estratégia. Em julho, o Reino Unido e a União Soviética formaram uma aliança militar contra a Alemanha. Os britânicos e os soviéticos invadiram o Irã para garantir o Corredor Persa e os campos de petróleo iranianos. Em agosto, o Reino Unido e os Estados Unidos emitiram em conjunto a Carta do Atlântico.

2.2-PARALISAÇÃO DOS AVANÇOS DO EIXO


No início de maio de 1942, o Japão iniciou as operações para capturar Port Moresby através de desembarques militares e, assim, cortar as comunicações e linhas de abastecimento entre os Estados Unidos e a Austrália. Os Aliados, no entanto, impediram a invasão ao interceptar e derrotar as forças navais japonesas na Batalha do Mar de Coral. O próximo plano do Japão, motivado pelo Ataque Doolittle, era conquistar o Atol Midway e atrair companhias norte-americanas para a batalha para serem eliminadas; como uma distração, o governo japonês também enviou forças para ocupar as Ilhas Aleutas, no Alasca. No início de junho, o Império Japonês colocou suas operações em ação, mas os norte-americanos, por terem decifrado os códigos navais japoneses no final de maio, estavam plenamente conscientes desses planos e disposições de força e usaram esse conhecimento para alcançar uma vitória decisiva em Midway sobre a Marinha Imperial Japonesa.

Com a sua capacidade de ação agressiva consideravelmente diminuída após a Batalha de Midway, o Japão optou por se concentrar em uma tentativa tardia de capturar Port Moresby por uma campanha terrestre no Território de Papua. Os americanos planejaram um contra-ataque contra as posições japonesas no sul das Ilhas Salomão, principalmente em Guadalcanal, como um primeiro passo para a captura de Rabaul, a principal base japonesa no Sudeste Asiático.
Ambos os planos começaram em julho, mas em meados de setembro, a Batalha de Guadalcanal teve prioridade para os japoneses e as tropas da Nova Guiné foram obrigadas a retirar-se da área de Port Moresby para a parte norte da ilha, onde enfrentaram tropas australianas em norte-americanas na Batalha de Buna-Gona. Guadal canal logo tornou-se um ponto focal para ambos os lados, com o comparecimento pesado ​​de tropas e navios nessa batalha. Até o início de 1943, os japoneses iriam ser derrotados na ilha e retirariam suas tropas.

Na Frente Oriental da Alemanha, o Eixo derrotou ofensivas soviéticas na Península Kerch e em Kharkov, e, em seguida, lançou sua ofensiva principal contra o sul da Rússia em junho de 1942, para aproveitar os campos de petróleo do Cáucaso e ocupar asestepes de Kuban, mantendo posições sobre as áreas norte e central da Frente.
Os alemães dividiram o Grupo de Exércitos Sulem dois: o Grupo de Exércitos A na parte inferior do rio Don e o Grupo de Exércitos B no sudeste do Cáucaso, no rio Volga. Os soviéticos decidiram fazer sua plataforma de combate em Stalingrado, que estava no caminho dos exércitos alemães que avançavam

2.3 - ALIADOS GANHAM IMPULSO

Após a Campanha de Guadalcanal, os Aliados iniciaram várias operações contra o Japão no Pacífico. Em maio de 1943, forças aliadas foram enviadas para eliminar as forças japonesas nas Aleutas. Logo depois começaram as suas operações principais para isolar Rabaul, através da captura de ilhas vizinhas e para quebrar o perímetro Central Japonês do Pacífico nas ilhas Gilbert e Marshall. Até o final de março de 1944, os Aliados tinham concluído ambos os objetivos, e, adicionalmente, neutralizaram a principal base japonesa em Truk, nas Ilhas Carolinas. Em abril, as forças aliadas lançaram uma operação para retomar a Nova Guiné Ocidental.
Na União Soviética, tanto os alemães quanto os soviéticos passaram a primavera e o início do verão de 1943 fazendo preparativos para grandes ofensivas na Rússia central. Em 4 de julho de 1943, a Alemanha atacou as forças soviéticas ao redor de Kursk. Dentro de uma semana, as forças alemãs tinham se esgotado na luta contra as defesas profundamente escalonadas e bem construídas dos soviéticos e, pela primeira vez na guerra, Hitler cancelou a operação antes de ter alcançado o sucesso tático ou operacional. Esta decisão foi parcialmente afetada pela invasão dos aliados ocidentais à Sicília, lançada em 9 de julho e que, combinada com falhas anteriores dos italianos, resultou na destituição e na prisão de Mussolini no final daquele mês.

Em 12 de julho de 1943, os soviéticos lançaram suas próprias contra-ofensivas, afastando assim qualquer esperança de vitória, ou até mesmo empate, para o exército alemão no leste.
A vitória soviética em Kursk anunciou a queda de superioridade alemã, dando à União Soviética a iniciativa na Frente Oriental. Os alemães tentaram estabilizar sua frente nordeste ao longo da apressadamente fortificada linha Panther Wotan, no entanto, os soviéticos a romperam em Smolensk e na ofensiva de Dnieper.

No início de setembro de 1943, os Aliados ocidentais invadiram a península itálica, após um armistício com os italianos. A Alemanha respondeu ao desarmar as forças italianas, tomar o controle militar das áreas até então controladas pela Itália e ao criar uma série de linhas defensivas. As forças especiais alemãs resgataram Mussolini, que logo em seguida estabeleceu um novo Estado fantoche na Itália ocupada pelos alemães chamado de República Social Italiana. Os Aliados ocidentais lutaram por várias frentes até chegar à principal linha defensiva alemã, em meados de novembro.
As operações alemãs no Atlântico também sofreram. Em maio de 1943 (Maio Negro), conforme contra-ofensivas aliadas se tornavam cada vez mais eficazes, as consideráveis perdas resultantes de ​​submarinos alemães forçaram a suspensão temporária da campanha naval alemã no Atlântico. 
Em novembro de 1943, Franklin D. Roosevelt e Winston Churchill se encontraram com Chiang Kai-shek no Cairo e, depois, com Joseph Stalin em Teerã. A primeira conferência determinou o recuo do território japonês no pós-guerra, enquanto a última incluía um acordo de que os Aliados ocidentais invadiriam a Europa em 1944 e de que a União Soviética iria declarar guerra ao Japão dentro de três meses após a derrota da Alemanha. A inteligência alemã pôs em prática a malsucedida Operação Long Jump, cujo objetivo era capturar (ou assassinar) os líderes reunidos em Teerã.

Desde novembro de 1943, durante a Batalha de Changde, os chineses forçaram o Japão a lutar uma custosa guerra de atrito, enquanto aguardavam as forças aliadas. Em janeiro de 1944, os Aliados lançaram uma série de ataques na Itália contra a linha em Monte Cassino e tentaram flanquear desembarques em Anzio. Até o final de janeiro, uma grande ofensiva soviética expulsou as forças alemãs da região de Leningrado, terminando com o mais longo e letal cerco da história.
A próxima ofensiva soviética foi interrompida nas fronteiras pré-guerra da Estônia pelo Grupo de Exércitos Norte alemão auxiliado por estonianos que tinham a esperança de restabelecer a independência nacional. Este atraso diminuiu as subsequentes operações soviéticas na região do Mar Báltico. 
No final de maio de 1944, os soviéticos tinham libertado a Crimeia, expulsado a maior parte das forças do Eixo da Ucrânia e feito incursões na Romênia, que foram repelidas pelas tropas do Eixo.207 As ofensivas Aliadas na Itália tinha tido sucesso e, às custas de permitir o recuo de várias divisões alemãs, em 4 de junho Roma foi capturada.
Os Aliados experimentaram sortes diferentes na Ásia continental. Em março de 1944, os japoneses lançaram a primeira de duas invasões: uma operação contra as posições britânicas em Assam, na Índia, e logo cercaram as posições da Commonwealth em Imphal e Kohima. Em maio de 1944, as forças britânicas montaram uma contra-ofensiva que levou as tropas japonesas de volta para a Birmâniae as forças chinesas que invadiram o norte da Birmânia no final de 1943 sitiaram as tropas japonesas em Myitkyina. A segunda invasão japonesa tentou destruir as principais forças de combate da China, proteger as ferrovias entre os territórios ocupados e os aeroportos Aliados capturados pelo Japão. Em junho, os japoneses tinham conquistado a província de Henan e começaram um ataque renovado contra Changsha, na província de Hunan.

2.4-COLAPSO DO EIXO E VITÓRIA DOS ALIADOS

Em 16 de Dezembro de 1944, a Alemanha tentou sua última e desesperada medida para obter sucesso na Frente Ocidental, usando a maior parte das suas reservas restantes para lançar uma grande contra-ofensiva nas Ardenas para tentar dividir os Aliados ocidentais, cercar grandes porções de tropas aliadas e tomar a sua porta de alimentação primária na Antuérpia, com o objetivo de levar a uma solução política. 
Em Janeiro, a ofensiva tinha sido repelida sem cumprir os seus objetivos estratégicos. Na Itália, os Aliados ocidentais ficaram num impasse na linha defensiva alemã. Em meados de janeiro de 1945, os soviéticos atacaram na Polônia, movendo-se do Vístula ao rio Oder, na Alemanha, e invadiram a Prússia Oriental. Em 4 de fevereiro, os líderes norte-americanos, britânicos e soviéticos se encontraram na Conferência de Yalta. Eles concordaram com aocupação da Alemanha no pós-guerra e sobre quando a União Soviética iria se juntar à guerra contra o Japão.

Em Fevereiro, os soviéticos invadiram a Silésia e a Pomerânia, enquanto Aliados ocidentais entraram na Alemanha Ocidental e aproximaram-se do rio Reno. Em março, os Aliados ocidentais atravessaram o norte do Reno e o sul do Ruhr, cercando o Grupo de Exércitos B alemão, enquanto os soviéticos avançaram para Viena. No início de abril, os Aliados ocidentais finalmente avançaram na Itália e atravessaram a Alemanha Ocidental, enquanto as forças soviéticas invadiram Berlim no final de abril; as duas forças encontraram-se no rio Elba em 25 de abril. Em 30 de abril de 1945, o Reichstag foi capturado, simbolizando a derrota militar do Terceiro Reich.
Várias mudanças de liderança ocorreram durante este período. Em 12 de abril, o então presidente dos Estados Unidos, Roosevelt, morreu e foi sucedido por Harry S. Truman. Benito Mussolini foi morto por partisans italianos em 28 de abril. Dois dias depois,Hitler cometeu suicídio e foi sucedido pelo Grande Almirante Karl Dönitz.
Na Itália, a rendição assinada em 29 de abril pelo comando das forças alemãs naquele país, se efetivou em 2 de maio. O tratado de rendição alemão foi assinado em 7 de maio em Reims e ratificado em 8 de maio em Berlim. O Grupo de Exércitos Centro alemão resistiu em Praga até o dia 11 de maio.

No Pacífico, as forças estadunidenses acompanhadas por forças da Comunidade das Filipinasavançaram no território filipino, tomando Leyte até o final de abril de 1945. Eles desembarcaram em Luzon em janeiro de 1945 e ocuparam Manila em março, deixando-a em ruínas. Combates continuaram em Luzon, Mindanao e em outras ilhas das Filipinas até o final da guerra.
Em maio de 1945, tropas australianas aterraram em Bornéu. Forças britânicas, estadunidenses e chinesas derrotaram os japoneses no norte da Birmânia em março e os britânicos chegaram a Yangon em 3 de maio. Forças estadunidenses também chegam ao Japão, tomando Iwo Jima em março e Okinawa até o final de junho. Bombardeiros estadunidenses destroem as cidades japonesas e submarinos bloqueiam as importações do país.
Em 11 de julho, os líderes Aliados se reuniram em Potsdam, na Alemanha. Lá eles confirmam acordos anteriores sobre a Alemanha e reiteram a exigência de rendição incondicional de todas as forças japonesas, especificamente afirmando que "a alternativa para o Japão é a rápida e total destruição. Durante esta conferência, o Reino Unido realizou a sua eleição geral e Clement Attlee substitui Churchill como primeiro-ministro.
Como o Japão continuou a ignorar os termos de Potsdam, os Estados Unidos lançam bombas atômicas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki em agosto. Entre as duas bombas, os soviéticos, em conformidade com o acordo de Yalta, invadem a Manchúria, dominada pelos japoneses e rapidamente derrotam o Exército de Guangdong, que era a principal força de combate japonesa. 
O Exército Vermelho também captura a ilha Sacalina e as ilhas Curilas. Em 15 de agosto de 1945 o Japão se rende, sendo os documentos de rendição finalmente assinados a bordo do convés do navio de guerra americano USS Missouri em 2 de setembro de 1945, o que pôs fim à guerra.

2.5- CONSEQUÊNCIAS DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Os Aliados estabeleceram administrações de ocupação na Áustria e na Alemanha. O primeiro se tornou um estado neutro, não alinhado com qualquer bloco político. O último foi dividido em zonas de ocupação ocidentais e orientais controlada pelos Aliados Ocidentais e pela União Soviética, respectivamente. Um programa de "desnazificação" da Alemanha levou à condenação de criminosos de guerra nazistas e à remoção de ex-nazistas do poder, ainda que esta política tenha-se alterado para a anistia e a reintegração dos ex-nazistas na sociedade da Alemanha Ocidental. A Alemanha perdeu um quarto dos seus territórios pré-guerra (1937); os territórios orientais: Silésia, Neumark e a maior parte da Pomerânia foram assumidos pela Polônia; a Prússia Oriental foi dividida entre a Polônia e a URSS, seguida pela expulsão de 9 milhões de alemães dessas províncias, bem como de 3 milhões de alemães dos Sudetos, na Tchecoslováquia, para a Alemanha. Na década de 1950, um em cada cinco habitantes da Alemanha Ocidental era um refugiado do leste. A URSS também assumiu as províncias polonesas a leste da linha Curzon (das quais 2 milhões de poloneses foram expulsos), leste da Romênia, e parte do leste da Finlândia e três países Bálticos.
Em um esforço para manter a paz, os Aliados formaram a Organização das Nações Unidas (ONU), que oficialmente passou a existir em 24 de outubro de 1945, e aprovaram a Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948, como um padrão comum para todos os Estados-membro. A aliança entre os Aliados Ocidentais e a União Soviética havia começado a deteriorar-se ainda antes da guerra, a Alemanha havia sido dividida de facto e dois Estados independentes, a República Federal da Alemanha e a República Democrática Alemã, foram criados dentro das fronteiras das zonas de ocupação dos Aliados e dos Soviéticos, respectivamente. O resto da Europa também foi dividido em esferas de influência ocidentais e soviéticas. A maioria dos países europeus orientais e centrais ficaram sob a esfera soviética, o que levou à criação de regimes comunistas, com o apoio total ou parcial das autoridades soviéticas de ocupação
Como resultado, Polônia, Hungria, Tchecoslováquia, Romênia, Albânia, e a Alemanha Oriental tornaram-se Estados satélite dos soviéticos. A Iugoslávia comunista realizou uma política totalmente independente, o que causou tensão com a URSS.
A divisão pós-guerra do mundo foi formalizada por duas alianças militares internacionais, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), liderada pelos Estados Unidos, e o Pacto de Varsóvia, liderado pela União Soviética; o longo período de tensões políticas e militares proveniente da concorrência entre esses dois grupos, a Guerra Fria, seria acompanhado de uma corrida armamentista sem precedentes e guerras por procuração.
Na Ásia, os Estados Unidos ocuparam o Japão e administraram as antigas ilhas japonesas no Pacífico Ocidental, enquanto os soviéticos anexaram a ilha Sacalina e as ilhas Curilas. A Coreia, anteriormente sob o domínio japonês, foi dividida e ocupada pelos Estados Unidos no Sul e pela União Soviética no Norte entre 1945 e 1948. Repúblicas separadas então surgiram em ambos os lados do paralelo 38 em 1948, cada uma afirmando ser o governo legítimo de toda a Coreia, o que levou à Guerra da Coreia. 
Na China, forças nacionalistas e comunistas retomaram a guerra civil em junho de 1946. As forças comunistas foram vitoriosas e estabeleceram a República Popular da China no continente, enquanto as forças nacionalistas refugiaram-se na ilha de Taiwan em 1949 e fundaram a República da China. No Oriente Médio, a rejeição árabe ao Plano de Partilha da Palestina da ONU e à criação de Israel, marcou a escalada do conflito árabe-israelense. Enquanto as potências coloniais europeias tentaram reter parte ou a totalidade de seus impérios coloniais, a sua perda de prestígio e de recursos durante a guerra fracassou seus objetivos, levando à descolonização da Ásia e da África.
A economia mundial sofreu muito com a guerra, embora os participantes da Segunda Guerra Mundial tenham sido afetados de forma diferente. Os Estados Unidos emergiram muito mais ricos do que qualquer outra nação; no país aconteceu o "baby boom" e em 1950 seu produto interno bruto (PIB) per capita era maior do que o de qualquer outra potência e isso levou-o a dominar a economia mundial. O Reino Unido e os Estados Unidos implementaram uma política de desarmamento industrial na Alemanha Ocidental entre os anos de 1945 e 1948. Devido à interdependência do comércio internacional, este levou à estagnação da economia europeia e o atraso, em vários anos, da recuperação do continente.
A recuperação começou com a reforma monetária de meados de 1948 na Alemanha Ocidental e foi acelerada pela liberalização da política econômica europeia, que o Plano Marshall (1948-1951) causou tanto direta quanto indiretamente. A recuperação pós-1948 da Alemanha Ocidental foi chamada de milagre econômico alemão. Além disso, as economias italiana e francesa também se recuperaram. Em contrapartida, o Reino Unido estava em um estado de ruína econômica e entrou em um relativo declínio econômico contínuo ao longo de décadas.
A União Soviética, apesar dos enormes prejuízos humanos e materiais, também experimentou um rápido aumento da produção no pós-guerra imediato. O Japão passou por um crescimento econômico incrivelmente rápido, tornando-se uma das economias mais poderosas do mundo na década de 1980. A China voltou a sua produção industrial de pré-guerra em 1952